Balanço musical de 2009

2010 está quase aí e chegou a hora de fazermos promessas para o próximo ano e listas dos melhores e piores do ano que acabou. Como minhas promessas não precisam ser divididas com ninguém, fiz uma lista dos melhores discos que ouvi em 2009. Veja bem, não são os melhores discos lançados em 2009, até porque tem alguns discos "velhos" nessa lista. A ideia foi listar os que conheci e ouví esse ano. Aí vai meu TOP 10.

1º - Maria Gadú - "Maria Gadú"
2º - Pullovers - "Tudo Que Eu Sempre Sonhei"
3º - Pública - "Como Num Filme Sem Um Fim"
4º - Graveola e o Lixo Polifônico - "Graveola e o Lixo Polifônico"
5º - Dr. Morris e Os Vivos - "5"
6º - Bruno Morais - "A Vontade Superstar"
7º - CéU - "Vagarosa"
8º - Volver - "Acima da Chuva"
9º - Solana - "Feliz, Feliz"
10º - Do Make Say Think - "Goodbye Enemy Airship the Landlord Is Dead"

Dez é muito pouco para um ano com 365 dias e para uma pessoa que baixa músicas compulsivamente, certo? Então, aí tem mais 26 ótimos discos de lanbuja em ordem alfabética.

Adriana Maciel - "Dez Canções"
Aerocirco - "Ao Vivo na Célula"
Arnaldo Antunes - "Iê Iê Iê"
Bangalafumenga - "Barraco Dourado"
Brasov - "Uma Noite Em Tuktoyaktuk"
Constantina - "Constantina"
Curumin - "Japan Pop Show"
Duo Moviola - "O Retrato Do Artista Quando Pede"
Elvis Costello - "Brutal Youth"
Érika Machado - "Bem Me Quer, Mal Me Quer"
Jonas Tatit - "Palavra Cantada Tocada"
Los Porongas - "Los Porongas"
Ludov - "Caligrafia"
Luisa Mandou um Beijo - "Luisa Mandou um Beijo (2009)"
Macaco Bong - "Artista Igual Pedreiro"
Móveis Coloniais de Acaju - "C_mpl_te"
Naná Vasconcelos - "Trilhas"
Nô Stopa - "Novo Prático Coração"
Nouvelle Vague - "3"
Otto - "Certa Manhã Acordei De Sonhos Intranquilos"
Pequeno Cidadão - "Pequeno Cidadão"
Tiê - "Sweet Jardim"
Trilha sonora do filme Kill Bill
Velhos e Usados - "Híbrido"
Wilson Simonal - "Ninguém Sabe O Duro Que Dei"
Zélia Duncan - "Pelo Sabor do Gesto"

OBS: A maioria pode ser baixado no www.umquetenha.org Divirtam-se e feliz 2010, cheio de música boa para nossos ouvidos exigentes.

A culpa é do Mortal Kombat

Um projeto de lei está no senado com o objetivo de proibir games violentos no país e qualifica como crime a importação, fabricação e comercialização de jogos violentos. OK. Nós estamos cheios de mensagens violentas para todos os lados. É interessante a ideia de combater esses focos e criar uma cultura de paz. Mas e os filmes hollywoodianos que espirram sangue para todos os lados? E o direito que cada um tem de se divertir da maneira que acha mais conveniente, dentro da lei? E os programas de TV no final de tarde que aparece gente metralhada com um jornalismo absolutamente senssacionalista e desprezível? A indústria de games é uma das que mais cresce no país e movimenta milhões de reais ao ano, gerando empregos. Que culpa tem um joguinho se um adolescente gordo, sedentário e ocioso matou a mãe? O cara já tinha sérios problemas psicológicos e alguns querem atribuir aos games a culpa por isso. Gente doente e desequilibrada vai existir em qualquer meio social, independente se ela joga Counter Strike ou não. Vamos trabalhar, senhores senadores! Vamos investir em educação! Vamos abrir espaços culturais e fomentar a arte nesse país. É uma vergonha que esse tipo de projeto de lei esteja tramitando no senado. É tão ridículo que me revolta e é melhor eu terminar esse post por aqui porque não preciso de mais motivos para elevar minha pressão arterial. GORO WINS!

Coisas Insignificantes

Coisas Insignificantes é um filme mexicano de 2008 e conta a história de uma adolescente que guarda tudo que encontra pela frente dentro de uma caixa. De algum modo esses objetos comunicam-se uns com os outros, assim como o destino de seus donos. O roteiro é extremamente bem estruturado, sem "buracos" e com um ritmo muito bom, o que faz com que os 100 minutos passem voando. O único ponto negativo talvez seja a falta de carisma da protagonista e sua realidade, mas essa é uma opinião muito pessoal de quem tem mania de diretor. De modo geral, é um filme obrigatório para quem gosta de uma história muito bem contada e acredita que as menores coisas da vida são essenciais.

Na raíz do problema

Meu computador anda muito lento nos últimos dias. O engraçado é que se eu for buscar ajuda em um técnico de informática ele com certeza vai dizer que precisa ser formatado. Aí é fácil, não é? Já pensou se toda vez que formos ao dentista com dor no dente ele diga que precisa ser arrancado?

O risco no rabisco como arte

Hoje no programa “Urbano” do canal Multishow teve uma reportagem bem interessante sobre o documentário Pixo que está sendo exibido na 33ª Mostra de São Paulo e trata da pixação (e não o grafite) nessa cidade. O diretor falou que em Paris, onde o filme foi exibido em um festival, as pessoas encaravam esse tipo de vandalismo como arte. E por que não? Se um monte de balde vermelho e vazio numa sala amarela na Bienal é considerado arte, por que uma intervenção urbana não seria? Qual o limite da arte e da faxina? Qual o limite da arte e do vandalismo? Arte é tudo que é bonito e faz bem aos olhos? E o que é bonito? Quais os padrões? O que é certo e o que é errado nesses conceitos tão subjetivos? O balde vazio, os riscos na metrópole, o quadro do pintor anônimo ou o desenho cego da criança. É tudo arte. Se alguém quebrar um copo de vidro com os pés e me disser que aquilo é arte, vou acreditar. Arte é tudo aquilo que a gente quer que seja.

O suicídio das gravadoras

Esses dias recebi um e-mail da gravadora Biscoito Fino informando que agora eles possuem uma loja digital com todo seu catálogo a venda em formato MP3. No primeiro momento achei isso sensacional. Era sinal de que eles estavam dispostos a encarar a realidade e vender seus produtos (artistas e obras) por um preço justo. Entrei no site para conferir e menos de dez segundos depois soltei uma gargalhada bem alta. Cliquei no último disco ao vivo lançado pela cantora Rita Lee para descobrir quanto sairia o disco se eu quisesse baixá-lo por completo. Levando em conta que cada faixa custa R$1,99 e o disco tem 14 faixas, sairia por quase R$28,00. Detalhe curioso: O CD físico no site Submarino custa R$25 + frete. Não é interessante as saídas que as gravadoras encontram para encarar o novo modelo de consumo da música? A Biscoito Fino reduziu brutalmente os custos com a loja de MP3, oferecendo um produto de qualidade muito inferior e manteve o preço do produto físico, aumentando astronomicamente a margem de lucro. O que me consola no fim das contas é que essa mentalidade está com os dias contados e os maiores beneficiados com isso serão os artistas e o público. Molharemos o biscoito fino com muito prazer.

O mercado consome o morto

Nem deixaram o Michael Jackson ficar gelado e rígido em seu caixão de ouro para lançar um documentário com trechos do ensaio que viria a ser uma série de apresentações na cidade de Londres. Acho muito triste a forma como a indústria de modo geral encara a morte de um artista. O lucro e o oportunismo sempre fala mais alto que qualquer outra coisa. Aqui no Brasil, um ano após a morte da Cássia Eller, surgiu um CD com sobras de estúdio e gravações despretensiosas da cantora. Sérgio Sampaio ganhou um trabalho produzido por Zeca Baleiro com canções não aproveitadas anos após sua morte e por aí vai. Exemplos não nos faltam! Muito triste, se considerarmos que o artista deve ter controle total do que é produzido com seu nome e em seu nome. E caso algum dia eu vire artista de alguma coisa e venha a sucumbir, não lancem nada sem minha autorizarão prévia. Caso contrário, eu volto no melhor estilo “zumbi de filme trash” e como o fígado de todos vocês.

Dá mais uma chance?

Ontem assisti três filmes ruins. Achei que seria um dia super produtivo em questões cinematográficas mas foi um tiro no pé porque nem se quer assisti um filme até o final. Até onde vai sua paciência para um filme ruim ou uma música que incomoda? Ao ouvir rádio você dá chance para o programador acertar seu gosto na próxima música antes de mudar de estação ou mete o dedão no dial ao deparar-se com Wanessa Camargo? E se o filme estiver ruim você sai do cinema (desliga a TV) na metade? Pois eu ando fazendo isso! Sem paciência para roteiros que não andam, diálogos chatos ou diretores que fazem filmes para si. E quanto ao rádio, simplesmente não ouço mais porque sei que a chance do programador acertar meu humor musical é bem pequena.

Rio 2016

O que mais me preocupa nas olimpíadas no Brasil não é o desvio de verba, o superfaturamento de obras, o atraso na entrega, a falta de planejamento ou aquele monte de político enchendo o próprio bolso com dinheiro público porque isso sempre acontece independente de jogos olímpicos. O que mais me preocupa é a imagem que o Brasil vai passar para o mundo. Já estou até imaginando a abertura cheia de escolas de samba, mulatas peladas sambando e aquele monte de loiro de olho azul aplaudindo. Seria uma bela oportunidade para mostrar que o país é muito mais do que um ótimo destino para turismo sexual. O problema desse país é que ele se orgulha das piores coisas.

Curta na tela

O Canal Brasil tem um espaço de vinte minutos que se repetem várias vezes ao dia (muitas vezes em “horário nobre”) chamado “Curta na Tela” onde são exibidos curtas metragens produzidos no Brasil. É muito interessante. Já vi muita coisa boa, muita coisa ruim, mas o melhor de tudo é que vi e pude tomar conhecimento do que está acontecendo, já que os curtas só são exibidos em festivais. Infelizmente ainda é considerado uma forma “menor” de se fazer cinema, o que é uma pena. Uma vez ouvi alguém comentando que curtas deveriam ser exibidos obrigatoriamente antes de qualquer filme para que as pessoas tomem conhecimento e passem a valorizar, mas sou contra essas imposições. Legal é arrumar formas não ditatoriais para mostrar o trabalho dessa gente porque público com certeza terá. Especialmente aquelas pessoas preguiçosas que não agüentam ficar duas horas na frente de uma TV para acompanhar o desenrolar de uma história ou para quem não tem tempo para isso. Mais uma vez, o Canal Brasil contribuindo para a cultura nacional.

Um deboche e uma grata surpresa

No último final de semana, uma amiga me enviou um link para um vídeo no YouTube onde uma cantora tocava "Baba", aquele clássico da Kelly Key ao vivo no violão. Todo processo foi feito sob muito deboche e ironia. Algo como "veja que lástima ela está fazendo". Abstraí o fato dessa música ter uma qualidade altamente questionável em sua versão original e atentei apenas para quem estava cantando. Uma tal de Maria Gadú. Nunca tinha ouvido falar e posso dizer que a primeira vista gostei bastante. Meu primeiro impulso foi ir no Um Que Tenha e procurar a tal Maria por lá. E não é que ela estava? Baixei imediatamente para descobrir o que tinha por trás de algo que nem eu tinha conseguido identificar no vídeo. Que grata surpresa! Desde então, é a única coisa que escuto nos últimos dias. Uma mistura de Cássia Eller com Marisa Monte, numa voz levemente rouca, com letras interessantes e arranjos bem elaborados. Um lindo samba de raíz, um clássico da música francesa e canções que grudam no ouvido e fazem bem para alma são algumas coisas que encontramos no primeiro disco de Maria Gadú. Depois de uma pesquisa rápida no Google descobri que ela só tem 22 anos, compõe desde os 10 e já recebeu altos elogios de Caetano Veloso e Milton Nascimento. Das 13 faixas do disco, 9 são de autoria dela. Essa promete ser um dos maiores nomes da MPB. Anotem esse nome!

Respeite o nariz dos outros

Agora pouco, estava no ônibus voltando pra casa quando no intervalo entre uma música e outra no meu MP3 player, escuto um barulho de saco se abrir. Ok, a música começa, não dá cinco segundos e sinto aquele cheiro típico de cachorro molhado. Alguma pessoa muito mal intencionada, provavelmente, estava comendo um Cheetos sabor rato morto ou um Doritos sabor meia velha. Acho uma sacanagem isso! Não é a primeira vez e nem será a última que acontece comigo. Aposto que já aconteceu com você também. Ai, tive que encarar a viagem inteira com aquele cheiro terrível rondando minhas narinas. E um dia, juro, ví um sujeito comendo Cup Noodles com garfo de plástico em um ônibus de viagem. Ainda bem que faltava menos de uma hora para chegar no meu destino e ainda bem que Cup Noodles nem é tão ruim assim. hehehe. Tá com fome? Espera chegar em casa ou espera ficar bem longe das pessoas. Você corre o risco de abrir o apetite de alguém ou causar ânsia de vômito.

A banda estreita do Brasil

Tem uma reportagem bem interessante na Veja dessa semana sobre a qualidade da banda larga no país. É incrível como estamos atrasados nesse sentido. De 42 países pesquisados, conseguimos a prestigiada 38ª posição.

Esperava mais do Trash Pour 4

Não gostei do Something Stupid, último disco do Trash Pour 4. Escolheram músicas bem, digamos, chatas para as releituras. Não bastasse isso, o disco tem duas faixas autorais que são mais chatas do que as outras. A única que consegue se sobresair é "If I were a Rich Man". O TP4 pisou na bola, escorregou na tapete da sala e desafinou no "galopeeeeeeira". Que pena! Ah, e a banda acaba de entrar em recesso por tempo indeterminado.

1 - Babalu
2 - Ci Riprova La Bossa Nova
3 - If I Fell
4 - Minha Mulher
5 - Something Stupid
6 - If I Were a Rich Man
7 - Cleaning
8 - Voix de La Principal
9 - Manhã Seguinte
10 - Delírio, Meu

Gosto do que é intenso

Foto: Três Macacos (Üç maymun, 2008)
Analisando os "filmes da minha vida" notei que a grande maioria não se trata de mamão com açúcar. Os que mais me marcam e ficam comigo por vários dias são aqueles intensos, pesados e com forte carga emocional. Não que filmes leves e tranquilos não possam mexer comigo mas acho que mexem menos. Gosto quando uma história cutuca algum botão interno e desperta um monstro adormecido. E se não estiver adormecido, que me coloque de frente com ele.

O Leitor

O filme O Leitor (The Reader, 2008) é daqueles que prende tua atenção do início aos créditos finais. Com um roteiro muito interessante e uma direção que não deixa a história cair um só instante, já foi rápido para minha lista dos filmes recomendados. Aí vai uma breve sinopse:
Um adolescente se apaixona por uma mulher mais velha e vive intenso romance. De uma hora para outra, ela some de sua vida. Cerca de oito anos depois, ele reencontra essa parte de seu passado ao participar de um polêmico julgamento de crimes cometidos pelos nazistas na segunda grande guerra.
O mistério que envolve a personagem interpretada por Kate Winslet deságua num final surpreendente que me lembrou muito "Dançando no Escuro" e "A Vida de David Gale". Assistam que vale a pena!

E a cultura vai mal, obrigado

A Prefeitura de Florianópolis acaba de anunciar que contratou uma apresentação do cantor Andrea Bocelli por R$3.000.000,00 (três milhões de reais, se você se perdeu na quantidade de zeros). Com esse valor daria para construir e manter por um bom tempo uma sala de cinema no centro da cidade cobrando valores simbólicos nos ingressos, como acontece em Curitiba. Esse tipo de atitude é típico de políticos que visam grande espetáculos, com objetivos eleitoreiros sem a menor preocupação com a cultura estruturante da cidade. Triste, muito triste! E não estamos sós num país carente de cinemas, bibliotecas, teatros e lugares de livre expressão artística.

A década perdida?

Dizem por aí que a década de 60 e 70 são as mais importantes na música brasileira , que toda aquela efervescência foi se perdendo e morreu nos anos 90. Também acho que 60 e 70 foram as mais importantes mas não acho que a década passada tenha sido tão inútil assim. Pelo menos para a música (o mesmo não se pode dizer do cinema).
Fiz uma listinha rápida de dez discos que marcaram não só a década de 90, mas a música brasileira. Acho que são discos que tiveram relevância por um motivo ou por outro e que serão ouvidos, talvez, por nossos filho (?). Em ordem cronológica:

-Sepultura - Arise (1991)
-Raimundos - Raimundos (1994)
-Mamonas Assassinas - Mamonas Assassinas (1995)
-Planet Hemp - Usuário (1995)
-Chico Science & Nação Zumbi - Afrociberdelia (1996)
-Skank - Samba Poconé (1996)
-O Rappa - Rappa Mundi (1996)
-Charlie Brown Jr. - Transpiração Contínua Prolongada (1997)
-Racionais MC's - Sobrevivendo no Inferno (1997)
-Los Hermanos - Los Hermanos (1999)

Não gosto de algumas coisas dessa lista mas não posso deixar de reconhecer a importância que tiveram naquele momento. Talvez, tire um disco daqui, ponha outro alí e a coisa vá se ajeitando, mas o fato é que muita coisa interessante foi feita. E não há década perdida com artístas tão interessantes quanto temos por aqui.
Ah, e fiquei só no POP/Rock. Não me considero apto para analisar lambada, axé e sertanejo que também marcaram presença.

O melhor da LastFM

Caso você não conheça, a LastFM é uma espécie de Orkut da música. Os usuários podem deixar recados na página de outros usuários, na página de artistas e compartilhar seus gostos musicais. Um plugin fica instalado e integrado ao player de música de cada um. Assim, todos tem acesso ao que o outro está ouvindo em tempo real.
Mas o melhor da LastFM pra mim é a parte de recomendações. Por exemplo, você está ouvindo The White Stripes e ele te mostra uma série de artistas parecidos (The Raconteurs, Jack White, The Greenhornes, The Black Keys, The Kills). Nessa brincadeira, já conheci muita coisa interessante, principalmente de post-rock. O difícil é quando você está ouvindo Chico Buarque e ele te recomenda Fundo de Quintal, mas paciência...

RT @naoentendo Me explica?


Alguém me explica o Twitter? Ainda não consegui entender o motivo desse fenômeno mundial. Hoje em dia todo mundo tem Twitter. E não é como o Orkut foi a pouco tempo atrás. O governador de São Paulo tem Twitter, o técnico do Corinthians tem Twitter, o jornal da Globo pede pra deixar recado no Twitter e assim por diante. Não bastasse esse fenômeno mundial, é altamente questionável o uso que se faz desse microblog. Como qualquer ferramenta da internet, se é boa ou ruim, vai depender do uso que se faz dela. Acho engraçado aquelas pessoas que usam o Twitter para dizer que estão estudando para a prova de física, para reclamar da vizinha que põe música alta ou simplesmente pra dizer que está feliz. Pra quê? Não que eu seja a pessoa mais produtiva e útil na frente de um computador mas juro que tento.

Cha cha chá

Retrofoguetes é uma banda instrumental de Salvador (BA) que tem fortes elementos de surf music e rockabilly. Em 2003 lançaram seu primeiro disco, o "Ativar Retrofoguetes!" e agora em 2009, o "Chachachá".
Muito legal acompanhar a evolução da banda. É chato aquele papo de que a banda evoluíu, está mais madura, etc... Mas neste caso, serve. O Retrofoguetes não abriu mão da identidade. A guitarra continua marcante, o baixo bem definido e a bateria super bem tocada. O que aconteceu nesse segundo disco foi uma abertura musical bem interessante. A faixa "Constelación" é um tango. Sim, um tango tocado por pernambucanos roqueiros mas um tango com gaita e tudo. Em "O Falso Turco" tem um xilofone super melódico e agradável. "Maldito Mambo" conta com nipe de metais absurdamente incrível e fantástico. Ritmos latinos e caribenhos percorrem o disco. Por isso a capa e por isso o "chachachá" do título.
Chega! Ficou curioso? Baixe o aqui e seja feliz.

I don't like saturday

Poucos dias na semana são tão adorados, comemorados e esperados do que os sábados. Menos por mim. Nos domingos tem aquela coisa de ser um dia morto e a prévia para a segunda. E segunda ninguém gosta justamente porque é segunda. Nos outros, não existem grandes objeções por parte das pessoas. A garotinha acordar quarta-feira às 06:20 da manhã para ir à escola com o pensamento de que já está na metade da semana e que o sábado se aproxima.
Desde que me entendo por gente (isso faz bem pouco tempo) nunca gostei dos sábados. Pra mim, o sábado é minha segunda-feira que tenho que acordar às 06:20, com chuva, frio, fome e tentar ficar bem disposto pra encarar um dia de trabalho e estudo. Quem me explica isso? Meus sábados sempre demoraram séculos para passar. Sempre foram dias chatos e arrastados.
Lembrei de um fato interessante. Na década de 70 ou 80 (não sei ao certo e não faço questão de pesquisar) uma garotinha matou alguns colegas de turma em uma escola nos Estados Unidos (típico). Foram perguntar para a pequena homicída por que ela tinha feito aquilo e adivinha o que ela respondeu?!
- I don't like mondays.
E essa história virou música de Bob Geldof anos depois.
Só acho que tudo isso seria mais interessante se tivesse o Garfield como protagonista.
...ou eu, no caso dos sábados.

Cegueira social

O filme "Ensaio Sobre a Cegueira" (Blindness, 2008, baseado no livro de José Saramago) do diretor Fernando Meirelles levantou a questão da cegueira física como suporte para corrupção, violência, egoísmo, arrogância, individualismo, preconceito e todas as doenças que afetam a sociedade de hoje. Ponto para Meirelles e Saramago! A fotografia (de César Charlone) é fantástica e merece ser igualmente reconhecida. Uma das melhores que já vi.

Toca Tom Zé!

Há 20 anos e um dia atrás, morria o Maluco Beleza. Ele é mais um daqueles artistas que pareciam estar na frente de seu tempo. Incompreendido por muitos em sua época de atividade artística e idolatrado após sua morte. Hoje as rodinhas de bêbados são mais divertidas com aquelas canções proféticas e "paulocoelhisticas" do que vinte cinco anos atrás. E olhando por esse ponto eu fico pensando que artísta de hoje será idolatrado e reconhecido amanhã. Sim, Tom Zé! Essa é a bola incompreendida da vez. Seu filho ainda vai ouvir muito "Toca Tom Zé!" e espero que você saiba explicar pra ele quem foi essa incrível figura.

1001 motivos para gostar de música

O que fazer com 1001 discos? Ouvir um por um e publicar um livro. Pelo menos foi o que fizeram Michael Lydon e Robert Dimery. Eu tenho o "1001 discos para ouvir antes de morrer" e fiquei muito feliz esses dias ao descobrir um site que tem simplesmente todos os discos citados no livro para baixar.
Agora, meu disco rígido está pesado e me pedindo trégua mas sou uma pessoa mais feliz musicalmente falando.

Seja feliz aqui.

Só faltou você

Quer dizer que você ainda não viu a novela das oito? E aquele livro que virou best seller em poucas semanas, não teve a honra de passar por suas mãos na livraria da esquina? O tal filme do cultuadíssimo diretor é considerado o melhor de todos os tempos há pelo menos vinte anos e só você não viu? Pode ter certeza, você não está só!
Eu levei pelo treze anos pra ouvir alguma coisa do Moby. Não que ele seja mais comentado que os livros do Dan Brown ou as novelas da Glórias Peres, mas pra quem tem o costume de viver no mundo POP, com certeza já deve ter se deparado com essas quatro letras em algum lugar. Se não em alguma revista especializada, em alguma trilha de comercial ou coisa parecida. Na verdade, eu já o conhecia muito bem, só não tinha consciência disso ainda.
“Play” (1996) é um disco incrivelmente bom. Várias das músicas estavam no meu inconsciente-POP-de-bom-gosto e nem se quer poderia imaginar. que se tratava de Moby É o caso de “Honey”, “Porcelain”, “Run on” e “Why does my heart feel so bad”.
Ah, e uma curiosidade. Moby foi assim batizado por ser neto do cidadão que escreveu o livro Moby Dick (que ainda não li).

Baixe o "Play" aqui.

Aqui tem um clipe super bacaninha de uma das músicas do disco: http://www.youtube.com/watch?v=fqLvbpcsPj4