Um deboche e uma grata surpresa

No último final de semana, uma amiga me enviou um link para um vídeo no YouTube onde uma cantora tocava "Baba", aquele clássico da Kelly Key ao vivo no violão. Todo processo foi feito sob muito deboche e ironia. Algo como "veja que lástima ela está fazendo". Abstraí o fato dessa música ter uma qualidade altamente questionável em sua versão original e atentei apenas para quem estava cantando. Uma tal de Maria Gadú. Nunca tinha ouvido falar e posso dizer que a primeira vista gostei bastante. Meu primeiro impulso foi ir no Um Que Tenha e procurar a tal Maria por lá. E não é que ela estava? Baixei imediatamente para descobrir o que tinha por trás de algo que nem eu tinha conseguido identificar no vídeo. Que grata surpresa! Desde então, é a única coisa que escuto nos últimos dias. Uma mistura de Cássia Eller com Marisa Monte, numa voz levemente rouca, com letras interessantes e arranjos bem elaborados. Um lindo samba de raíz, um clássico da música francesa e canções que grudam no ouvido e fazem bem para alma são algumas coisas que encontramos no primeiro disco de Maria Gadú. Depois de uma pesquisa rápida no Google descobri que ela só tem 22 anos, compõe desde os 10 e já recebeu altos elogios de Caetano Veloso e Milton Nascimento. Das 13 faixas do disco, 9 são de autoria dela. Essa promete ser um dos maiores nomes da MPB. Anotem esse nome!

Respeite o nariz dos outros

Agora pouco, estava no ônibus voltando pra casa quando no intervalo entre uma música e outra no meu MP3 player, escuto um barulho de saco se abrir. Ok, a música começa, não dá cinco segundos e sinto aquele cheiro típico de cachorro molhado. Alguma pessoa muito mal intencionada, provavelmente, estava comendo um Cheetos sabor rato morto ou um Doritos sabor meia velha. Acho uma sacanagem isso! Não é a primeira vez e nem será a última que acontece comigo. Aposto que já aconteceu com você também. Ai, tive que encarar a viagem inteira com aquele cheiro terrível rondando minhas narinas. E um dia, juro, ví um sujeito comendo Cup Noodles com garfo de plástico em um ônibus de viagem. Ainda bem que faltava menos de uma hora para chegar no meu destino e ainda bem que Cup Noodles nem é tão ruim assim. hehehe. Tá com fome? Espera chegar em casa ou espera ficar bem longe das pessoas. Você corre o risco de abrir o apetite de alguém ou causar ânsia de vômito.

A banda estreita do Brasil

Tem uma reportagem bem interessante na Veja dessa semana sobre a qualidade da banda larga no país. É incrível como estamos atrasados nesse sentido. De 42 países pesquisados, conseguimos a prestigiada 38ª posição.

Esperava mais do Trash Pour 4

Não gostei do Something Stupid, último disco do Trash Pour 4. Escolheram músicas bem, digamos, chatas para as releituras. Não bastasse isso, o disco tem duas faixas autorais que são mais chatas do que as outras. A única que consegue se sobresair é "If I were a Rich Man". O TP4 pisou na bola, escorregou na tapete da sala e desafinou no "galopeeeeeeira". Que pena! Ah, e a banda acaba de entrar em recesso por tempo indeterminado.

1 - Babalu
2 - Ci Riprova La Bossa Nova
3 - If I Fell
4 - Minha Mulher
5 - Something Stupid
6 - If I Were a Rich Man
7 - Cleaning
8 - Voix de La Principal
9 - Manhã Seguinte
10 - Delírio, Meu

Gosto do que é intenso

Foto: Três Macacos (Üç maymun, 2008)
Analisando os "filmes da minha vida" notei que a grande maioria não se trata de mamão com açúcar. Os que mais me marcam e ficam comigo por vários dias são aqueles intensos, pesados e com forte carga emocional. Não que filmes leves e tranquilos não possam mexer comigo mas acho que mexem menos. Gosto quando uma história cutuca algum botão interno e desperta um monstro adormecido. E se não estiver adormecido, que me coloque de frente com ele.

O Leitor

O filme O Leitor (The Reader, 2008) é daqueles que prende tua atenção do início aos créditos finais. Com um roteiro muito interessante e uma direção que não deixa a história cair um só instante, já foi rápido para minha lista dos filmes recomendados. Aí vai uma breve sinopse:
Um adolescente se apaixona por uma mulher mais velha e vive intenso romance. De uma hora para outra, ela some de sua vida. Cerca de oito anos depois, ele reencontra essa parte de seu passado ao participar de um polêmico julgamento de crimes cometidos pelos nazistas na segunda grande guerra.
O mistério que envolve a personagem interpretada por Kate Winslet deságua num final surpreendente que me lembrou muito "Dançando no Escuro" e "A Vida de David Gale". Assistam que vale a pena!

E a cultura vai mal, obrigado

A Prefeitura de Florianópolis acaba de anunciar que contratou uma apresentação do cantor Andrea Bocelli por R$3.000.000,00 (três milhões de reais, se você se perdeu na quantidade de zeros). Com esse valor daria para construir e manter por um bom tempo uma sala de cinema no centro da cidade cobrando valores simbólicos nos ingressos, como acontece em Curitiba. Esse tipo de atitude é típico de políticos que visam grande espetáculos, com objetivos eleitoreiros sem a menor preocupação com a cultura estruturante da cidade. Triste, muito triste! E não estamos sós num país carente de cinemas, bibliotecas, teatros e lugares de livre expressão artística.