Coisas Insignificantes

Coisas Insignificantes é um filme mexicano de 2008 e conta a história de uma adolescente que guarda tudo que encontra pela frente dentro de uma caixa. De algum modo esses objetos comunicam-se uns com os outros, assim como o destino de seus donos. O roteiro é extremamente bem estruturado, sem "buracos" e com um ritmo muito bom, o que faz com que os 100 minutos passem voando. O único ponto negativo talvez seja a falta de carisma da protagonista e sua realidade, mas essa é uma opinião muito pessoal de quem tem mania de diretor. De modo geral, é um filme obrigatório para quem gosta de uma história muito bem contada e acredita que as menores coisas da vida são essenciais.

Na raíz do problema

Meu computador anda muito lento nos últimos dias. O engraçado é que se eu for buscar ajuda em um técnico de informática ele com certeza vai dizer que precisa ser formatado. Aí é fácil, não é? Já pensou se toda vez que formos ao dentista com dor no dente ele diga que precisa ser arrancado?

O risco no rabisco como arte

Hoje no programa “Urbano” do canal Multishow teve uma reportagem bem interessante sobre o documentário Pixo que está sendo exibido na 33ª Mostra de São Paulo e trata da pixação (e não o grafite) nessa cidade. O diretor falou que em Paris, onde o filme foi exibido em um festival, as pessoas encaravam esse tipo de vandalismo como arte. E por que não? Se um monte de balde vermelho e vazio numa sala amarela na Bienal é considerado arte, por que uma intervenção urbana não seria? Qual o limite da arte e da faxina? Qual o limite da arte e do vandalismo? Arte é tudo que é bonito e faz bem aos olhos? E o que é bonito? Quais os padrões? O que é certo e o que é errado nesses conceitos tão subjetivos? O balde vazio, os riscos na metrópole, o quadro do pintor anônimo ou o desenho cego da criança. É tudo arte. Se alguém quebrar um copo de vidro com os pés e me disser que aquilo é arte, vou acreditar. Arte é tudo aquilo que a gente quer que seja.

O suicídio das gravadoras

Esses dias recebi um e-mail da gravadora Biscoito Fino informando que agora eles possuem uma loja digital com todo seu catálogo a venda em formato MP3. No primeiro momento achei isso sensacional. Era sinal de que eles estavam dispostos a encarar a realidade e vender seus produtos (artistas e obras) por um preço justo. Entrei no site para conferir e menos de dez segundos depois soltei uma gargalhada bem alta. Cliquei no último disco ao vivo lançado pela cantora Rita Lee para descobrir quanto sairia o disco se eu quisesse baixá-lo por completo. Levando em conta que cada faixa custa R$1,99 e o disco tem 14 faixas, sairia por quase R$28,00. Detalhe curioso: O CD físico no site Submarino custa R$25 + frete. Não é interessante as saídas que as gravadoras encontram para encarar o novo modelo de consumo da música? A Biscoito Fino reduziu brutalmente os custos com a loja de MP3, oferecendo um produto de qualidade muito inferior e manteve o preço do produto físico, aumentando astronomicamente a margem de lucro. O que me consola no fim das contas é que essa mentalidade está com os dias contados e os maiores beneficiados com isso serão os artistas e o público. Molharemos o biscoito fino com muito prazer.

O mercado consome o morto

Nem deixaram o Michael Jackson ficar gelado e rígido em seu caixão de ouro para lançar um documentário com trechos do ensaio que viria a ser uma série de apresentações na cidade de Londres. Acho muito triste a forma como a indústria de modo geral encara a morte de um artista. O lucro e o oportunismo sempre fala mais alto que qualquer outra coisa. Aqui no Brasil, um ano após a morte da Cássia Eller, surgiu um CD com sobras de estúdio e gravações despretensiosas da cantora. Sérgio Sampaio ganhou um trabalho produzido por Zeca Baleiro com canções não aproveitadas anos após sua morte e por aí vai. Exemplos não nos faltam! Muito triste, se considerarmos que o artista deve ter controle total do que é produzido com seu nome e em seu nome. E caso algum dia eu vire artista de alguma coisa e venha a sucumbir, não lancem nada sem minha autorizarão prévia. Caso contrário, eu volto no melhor estilo “zumbi de filme trash” e como o fígado de todos vocês.

Dá mais uma chance?

Ontem assisti três filmes ruins. Achei que seria um dia super produtivo em questões cinematográficas mas foi um tiro no pé porque nem se quer assisti um filme até o final. Até onde vai sua paciência para um filme ruim ou uma música que incomoda? Ao ouvir rádio você dá chance para o programador acertar seu gosto na próxima música antes de mudar de estação ou mete o dedão no dial ao deparar-se com Wanessa Camargo? E se o filme estiver ruim você sai do cinema (desliga a TV) na metade? Pois eu ando fazendo isso! Sem paciência para roteiros que não andam, diálogos chatos ou diretores que fazem filmes para si. E quanto ao rádio, simplesmente não ouço mais porque sei que a chance do programador acertar meu humor musical é bem pequena.

Rio 2016

O que mais me preocupa nas olimpíadas no Brasil não é o desvio de verba, o superfaturamento de obras, o atraso na entrega, a falta de planejamento ou aquele monte de político enchendo o próprio bolso com dinheiro público porque isso sempre acontece independente de jogos olímpicos. O que mais me preocupa é a imagem que o Brasil vai passar para o mundo. Já estou até imaginando a abertura cheia de escolas de samba, mulatas peladas sambando e aquele monte de loiro de olho azul aplaudindo. Seria uma bela oportunidade para mostrar que o país é muito mais do que um ótimo destino para turismo sexual. O problema desse país é que ele se orgulha das piores coisas.

Curta na tela

O Canal Brasil tem um espaço de vinte minutos que se repetem várias vezes ao dia (muitas vezes em “horário nobre”) chamado “Curta na Tela” onde são exibidos curtas metragens produzidos no Brasil. É muito interessante. Já vi muita coisa boa, muita coisa ruim, mas o melhor de tudo é que vi e pude tomar conhecimento do que está acontecendo, já que os curtas só são exibidos em festivais. Infelizmente ainda é considerado uma forma “menor” de se fazer cinema, o que é uma pena. Uma vez ouvi alguém comentando que curtas deveriam ser exibidos obrigatoriamente antes de qualquer filme para que as pessoas tomem conhecimento e passem a valorizar, mas sou contra essas imposições. Legal é arrumar formas não ditatoriais para mostrar o trabalho dessa gente porque público com certeza terá. Especialmente aquelas pessoas preguiçosas que não agüentam ficar duas horas na frente de uma TV para acompanhar o desenrolar de uma história ou para quem não tem tempo para isso. Mais uma vez, o Canal Brasil contribuindo para a cultura nacional.