A década perdida?

Dizem por aí que a década de 60 e 70 são as mais importantes na música brasileira , que toda aquela efervescência foi se perdendo e morreu nos anos 90. Também acho que 60 e 70 foram as mais importantes mas não acho que a década passada tenha sido tão inútil assim. Pelo menos para a música (o mesmo não se pode dizer do cinema).
Fiz uma listinha rápida de dez discos que marcaram não só a década de 90, mas a música brasileira. Acho que são discos que tiveram relevância por um motivo ou por outro e que serão ouvidos, talvez, por nossos filho (?). Em ordem cronológica:

-Sepultura - Arise (1991)
-Raimundos - Raimundos (1994)
-Mamonas Assassinas - Mamonas Assassinas (1995)
-Planet Hemp - Usuário (1995)
-Chico Science & Nação Zumbi - Afrociberdelia (1996)
-Skank - Samba Poconé (1996)
-O Rappa - Rappa Mundi (1996)
-Charlie Brown Jr. - Transpiração Contínua Prolongada (1997)
-Racionais MC's - Sobrevivendo no Inferno (1997)
-Los Hermanos - Los Hermanos (1999)

Não gosto de algumas coisas dessa lista mas não posso deixar de reconhecer a importância que tiveram naquele momento. Talvez, tire um disco daqui, ponha outro alí e a coisa vá se ajeitando, mas o fato é que muita coisa interessante foi feita. E não há década perdida com artístas tão interessantes quanto temos por aqui.
Ah, e fiquei só no POP/Rock. Não me considero apto para analisar lambada, axé e sertanejo que também marcaram presença.

O melhor da LastFM

Caso você não conheça, a LastFM é uma espécie de Orkut da música. Os usuários podem deixar recados na página de outros usuários, na página de artistas e compartilhar seus gostos musicais. Um plugin fica instalado e integrado ao player de música de cada um. Assim, todos tem acesso ao que o outro está ouvindo em tempo real.
Mas o melhor da LastFM pra mim é a parte de recomendações. Por exemplo, você está ouvindo The White Stripes e ele te mostra uma série de artistas parecidos (The Raconteurs, Jack White, The Greenhornes, The Black Keys, The Kills). Nessa brincadeira, já conheci muita coisa interessante, principalmente de post-rock. O difícil é quando você está ouvindo Chico Buarque e ele te recomenda Fundo de Quintal, mas paciência...

RT @naoentendo Me explica?


Alguém me explica o Twitter? Ainda não consegui entender o motivo desse fenômeno mundial. Hoje em dia todo mundo tem Twitter. E não é como o Orkut foi a pouco tempo atrás. O governador de São Paulo tem Twitter, o técnico do Corinthians tem Twitter, o jornal da Globo pede pra deixar recado no Twitter e assim por diante. Não bastasse esse fenômeno mundial, é altamente questionável o uso que se faz desse microblog. Como qualquer ferramenta da internet, se é boa ou ruim, vai depender do uso que se faz dela. Acho engraçado aquelas pessoas que usam o Twitter para dizer que estão estudando para a prova de física, para reclamar da vizinha que põe música alta ou simplesmente pra dizer que está feliz. Pra quê? Não que eu seja a pessoa mais produtiva e útil na frente de um computador mas juro que tento.

Cha cha chá

Retrofoguetes é uma banda instrumental de Salvador (BA) que tem fortes elementos de surf music e rockabilly. Em 2003 lançaram seu primeiro disco, o "Ativar Retrofoguetes!" e agora em 2009, o "Chachachá".
Muito legal acompanhar a evolução da banda. É chato aquele papo de que a banda evoluíu, está mais madura, etc... Mas neste caso, serve. O Retrofoguetes não abriu mão da identidade. A guitarra continua marcante, o baixo bem definido e a bateria super bem tocada. O que aconteceu nesse segundo disco foi uma abertura musical bem interessante. A faixa "Constelación" é um tango. Sim, um tango tocado por pernambucanos roqueiros mas um tango com gaita e tudo. Em "O Falso Turco" tem um xilofone super melódico e agradável. "Maldito Mambo" conta com nipe de metais absurdamente incrível e fantástico. Ritmos latinos e caribenhos percorrem o disco. Por isso a capa e por isso o "chachachá" do título.
Chega! Ficou curioso? Baixe o aqui e seja feliz.

I don't like saturday

Poucos dias na semana são tão adorados, comemorados e esperados do que os sábados. Menos por mim. Nos domingos tem aquela coisa de ser um dia morto e a prévia para a segunda. E segunda ninguém gosta justamente porque é segunda. Nos outros, não existem grandes objeções por parte das pessoas. A garotinha acordar quarta-feira às 06:20 da manhã para ir à escola com o pensamento de que já está na metade da semana e que o sábado se aproxima.
Desde que me entendo por gente (isso faz bem pouco tempo) nunca gostei dos sábados. Pra mim, o sábado é minha segunda-feira que tenho que acordar às 06:20, com chuva, frio, fome e tentar ficar bem disposto pra encarar um dia de trabalho e estudo. Quem me explica isso? Meus sábados sempre demoraram séculos para passar. Sempre foram dias chatos e arrastados.
Lembrei de um fato interessante. Na década de 70 ou 80 (não sei ao certo e não faço questão de pesquisar) uma garotinha matou alguns colegas de turma em uma escola nos Estados Unidos (típico). Foram perguntar para a pequena homicída por que ela tinha feito aquilo e adivinha o que ela respondeu?!
- I don't like mondays.
E essa história virou música de Bob Geldof anos depois.
Só acho que tudo isso seria mais interessante se tivesse o Garfield como protagonista.
...ou eu, no caso dos sábados.

Cegueira social

O filme "Ensaio Sobre a Cegueira" (Blindness, 2008, baseado no livro de José Saramago) do diretor Fernando Meirelles levantou a questão da cegueira física como suporte para corrupção, violência, egoísmo, arrogância, individualismo, preconceito e todas as doenças que afetam a sociedade de hoje. Ponto para Meirelles e Saramago! A fotografia (de César Charlone) é fantástica e merece ser igualmente reconhecida. Uma das melhores que já vi.

Toca Tom Zé!

Há 20 anos e um dia atrás, morria o Maluco Beleza. Ele é mais um daqueles artistas que pareciam estar na frente de seu tempo. Incompreendido por muitos em sua época de atividade artística e idolatrado após sua morte. Hoje as rodinhas de bêbados são mais divertidas com aquelas canções proféticas e "paulocoelhisticas" do que vinte cinco anos atrás. E olhando por esse ponto eu fico pensando que artísta de hoje será idolatrado e reconhecido amanhã. Sim, Tom Zé! Essa é a bola incompreendida da vez. Seu filho ainda vai ouvir muito "Toca Tom Zé!" e espero que você saiba explicar pra ele quem foi essa incrível figura.

1001 motivos para gostar de música

O que fazer com 1001 discos? Ouvir um por um e publicar um livro. Pelo menos foi o que fizeram Michael Lydon e Robert Dimery. Eu tenho o "1001 discos para ouvir antes de morrer" e fiquei muito feliz esses dias ao descobrir um site que tem simplesmente todos os discos citados no livro para baixar.
Agora, meu disco rígido está pesado e me pedindo trégua mas sou uma pessoa mais feliz musicalmente falando.

Seja feliz aqui.

Só faltou você

Quer dizer que você ainda não viu a novela das oito? E aquele livro que virou best seller em poucas semanas, não teve a honra de passar por suas mãos na livraria da esquina? O tal filme do cultuadíssimo diretor é considerado o melhor de todos os tempos há pelo menos vinte anos e só você não viu? Pode ter certeza, você não está só!
Eu levei pelo treze anos pra ouvir alguma coisa do Moby. Não que ele seja mais comentado que os livros do Dan Brown ou as novelas da Glórias Peres, mas pra quem tem o costume de viver no mundo POP, com certeza já deve ter se deparado com essas quatro letras em algum lugar. Se não em alguma revista especializada, em alguma trilha de comercial ou coisa parecida. Na verdade, eu já o conhecia muito bem, só não tinha consciência disso ainda.
“Play” (1996) é um disco incrivelmente bom. Várias das músicas estavam no meu inconsciente-POP-de-bom-gosto e nem se quer poderia imaginar. que se tratava de Moby É o caso de “Honey”, “Porcelain”, “Run on” e “Why does my heart feel so bad”.
Ah, e uma curiosidade. Moby foi assim batizado por ser neto do cidadão que escreveu o livro Moby Dick (que ainda não li).

Baixe o "Play" aqui.

Aqui tem um clipe super bacaninha de uma das músicas do disco: http://www.youtube.com/watch?v=fqLvbpcsPj4